sábado, 2 de julho de 2011

Método Experimental

A adopção do método experimental correspondeu a uma necessidade de assegurar à Psicologia o carácter de ciência objectiva e rigorosa, seguindo o modelo das ciências da natureza.

Etapas do método Experimental:

1) Formulação de hipóteses

2) Experimentação

·         Manipulação e controlo das variáveis – o investigador faz variar um determinado factor (variável independente) e verifica as alterações dessa variável no comportamento que está a estudar – variável dependente.
·         Variável independente Factor manipulado pelo experimentador e que pode ocasionar modificações na variável dependente. É manipulada pelo investigador e é o que se supõe ser a causa do comportamento que se pretende estudar.
·         Variável dependente – aspecto do conhecimento que o investigador pretende conhecer. A sua variação dependerá da variável independente.
·         Variável parasita ou externa – aspectos que o investigador não considerou na hipótese e que podem influenciar os resultados. As variáveis parasitas devem ser identificadas para se controlar o seu efeito.

Para poder controlar o efeito da variável independente na variável dependente o investigador vai formar dois grupos:

·         Grupo experimental – conjunto de indivíduos submetidos à experiência, isto é, que sofrem os efeitos da manipulação da variável independente; serve para verificar o efeito que a variável independente produz na variável dependente.
·         Grupo de controlo (ou grupo testemunha) – conjunto de indivíduos que não sofrem os efeitos da manipulação da variável independente, servindo se termo de comparação com o grupo experimental; serve para verificar se as alterações da variável dependente se devem ou não à variável independente

Podemos distinguir dois tipos específicos de experimentação:

·         Experimentação provocada – o investigador manipula a variável independente para analisar os seus efeitos na variável dependente.
·         Experimentação invocada – o investigador observa situações que acontecem na vida corrente procurando estabelecer uma relação entre variáveis. Não há manipulação da variável independente.

A Psicologia recorre a dois tipos de experiências: experiência laboratorial (ao decorrer num ambiente artificial, o comportamento das pessoas pode sofrer distorções; no laboratório, estão ausentes variáveis que existem no meio natural e que influenciam o comportamento) e experiência de campo ou em contexto ecológico (estas experiências não permitem controlar todas as variáveis nem separar os diferentes factores).

3) Registo de Observações

4) Generalização dos resultados - É o processo de estender, para o universo, as conclusões obtidas através do estudo da amostra e criar uma lei científica.
·         População – grupo de indivíduos sobre os quais se pretende desenvolver um estudo.
·         Amostra significativa – é uma parte seleccionada da população a estudar, do universo que se pretende estudar e que reflecte as características dessa população permitindo a generalização.



Limitações do método experimental:

´        Há dificuldade em controlar variáveis que afectam o que se está a investigar (variáveis externas ou parasitas);
´        Há situações que, por razões de ordem ética, impedem o recurso à experimentação: não se podem provocar danos físicos ou psicológicos para se testar uma hipótese;
´        Não são tidas em conta as características particulares de um sujeito;
´        A complexidade do comportamento humano dificulta o isolamento das variáveis independentes;
´        Há dificuldade em se controlar as expectativas dos participantes.


Em suma:
O método experimental é um método das Ciências Naturais aplicado às Ciências Sociais e Humanas, que tem quatro etapas: hipótese prévia, controlo e manipulação de variáveis, técnicas de observação e registo e generalização de resultados.
Em relação à segunda etapa temos alguns conceitos fundamentais: Variável dependente significa a variável cuja alteração vai ser estudada, como consequência da manipulação da variável independente. É aquela que flutua e que permite tirar conclusões dessa flutuação.
Variável independente é a que o investigador manipula para verificar as modificações provocadas na variável dependente.
Variável externa ou parasita são aspectos alheios à experiência, que, se não forem controlados pelo investigador, podem interferir e alterar os resultados, pondo, assim, em causa a fiabilidade da experiência. Estas variáveis devem ser, dentro do possível, neutralizadas.
O grupo experimental é aquele em que o experimentador manipula a variável independente.
O grupo testemunha (grupo de controlo) é aquele que tem as mesmas características do grupo experimental excepto no que diz respeito à manipulação da variável independente. Permite comparar resultados, para verificar quais as alterações efectivamente provocadas pela manipulação da variável.
O grupo amostra representativa é uma parte, um subgrupo da população (conjunto total de pessoas acerca das quais se pretende tirar conclusões), que consiste no grupo de elementos em relação aos quais se recolhem dados e que devem ser o mais representativos possível da população.

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