sábado, 2 de julho de 2011

Método da observação

O observador tem tarefas idênticas às do experimentador – formular hipóteses, prévias controlar e generalizar resultados.
O método da observação pode ocorrer em laboratório (observação laboratorial) ou em contexto ecológico (observação naturalista), onde em ambos os casos o observador não participa na experiencia.
A observação laboratorial permite controlar melhor as variáveis, mas o ambiente é artificial, afectando por isso o comportamento dos sujeitos. Há comportamentos que não podem ser observados em laboratório – o observado tende a comportar-se de acordo com o que julga ser a expectativa do observador.
A observação naturalista valoriza a relação dos indivíduos com o meio em que estão inseridos, considerando que descolá-los desse meio equivale a uma perda de informação e uma distorção da mesma. Há dificuldade no controlo das variáveis.

A observação tem uma longa história no contexto da psicologia, sendo hoje considerada como um processo imprescindível na investigação, tendo, até, adquirido o estatuto de método da psicologia.
Fundamentalmente, a observação consiste em olhar atenta e sistematicamente e registar o que se observa. Ocorre sempre que alguém, diferente do observado, nota, dá conta e documenta o comportamento.
É costume falar da observação sistemática por oposição à observação ocasional. Esta última, típica do senso comum, não obedece a regras e é afectada pela subjectividade das pessoas, não sendo propriamente considerada científica. No entanto, ela pode levar à demonstração de factos que inspiram importantes constatações posteriores. Foi no decorrer de uma observação ocasional, que Pavlov, ao estudar a digestão, descobriu o reflexo condicionado, verificando a existência de secreções nos animais que não eram provocadas exclusivamente por processos bioquímicos. Porém, quando se investiga em psicologia, a observação utilizada é sistemática, sujeita a um projecto previamente definido e no qual se fixam a condições que delimitam com precisão os aspectos a considerar.
Destacam-se duas formas de observação em psicologia: Observação Laboratorial e Observação Naturalista. A primeira é utilizada ao nível do método experimental. A realização da experiência em condições controladas, num laboratório, leva a que a situação observada seja uma situação artificial. Esta observação implica uma sistematização prévia, em que se define o que se pretende observar, com a construção de grelhas de registo. Desta forma, o sujeito observado tem consciência dessa observação, o que pode condicionar o seu comportamento. Numa tentativa de eliminar esse condicionamento, pode-se recorrer a câmaras de filmar, espelhos de uma via, entre outros.
A Observação Naturalista é defendida pelo método clínico, fundamentando-se na necessidade de observar as condições reais de uma situação.


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