sábado, 2 de julho de 2011

Conclusão final

Com a conclusão desta unidade curricular percebi que os conhecimentos adquiridos são deveras importantes para a minha profissão futura, quer trabalhe com crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Pois percebi as suas dificuldades motoras e psicológicas o que para “nós” é extremamente fácil dependendo da facha etária pode ser extremamente difícil.
Com os estádios de desenvolvimento de Freud e de Erikson concluí que, em pequenas diferenças de idade numa criança, a diferença de capacidades é abrupta e que os adultos são mais rápidos a responder que os idosos mas acertam menos, entre vários aspectos a considerar.
Um documentário que achei fascinante foi o “Genie – a menina selvagem”, pois percebi que a socialização é fundamental para evolução das nossas capacidades e que precisamos de estar em contacto permanente com a sociedade para não estagnarmos os nossos conhecimentos.

Márcio Paiva 

Método Psicanalítico

O método psicanalítico tenta interpretar e tornar conscientes as informações que residem no imenso e profundo/submerso mundo do nosso inconsciente, de forma a compreender e evitar os comportamentos considerados desviantes, e, por isso, perturbadores da vida dos indivíduos.
Tem uma aplicação terapêutica em várias doenças do foro psíquico, tais como depressões, neuroses, fobias, etc.

Associações livres – o paciente diz o que lhe vem à mente e expressa os afectos e emoções sentidos, sem se preocupar com o sentido das suas afirmações. O objectivo é recordar os acontecimentos traumáticos recalcados, interpretá-los e compreendê-los.
·       Também é usada a técnica da hipnose - Induzir o paciente, através de uma sugestão intensa,   num estado semelhante ao sono mas no qual é possível estabelecer a comunicação com o hipnotizador e ser sugestionado, podendo assim revelar memórias ocultas ou ser condicionado para determinada acção ou comportamento.
Interpretação de sonhos – considerada por Freud o meio de atingir o inconsciente do paciente. O material recalcado liberta-se, ainda que de uma forma distorcida, no sonho. O analista vai, assim, procurar o sentido oculto do sonho, ou seja, o significado profundo do sonho, incompreensível para o sonhador.
Análises dos actos falhados – os actos falhados resultam da interferência de intenções diferentes que entram em conflito. São os desejos recalcados que dão origem aos actos falhados.
Processo de transferência – a transferência é um processo em que o analisando transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância sobretudo relativamente aos pais. O psicanalista interpreta os dados do processo de transferência.

Estas técnicas, indirectas, permitem que o próprio paciente tome consciência dos seus problemas, só assim sendo possível a sua cura.
Por seu lado a Hipnose, que não permitia a tomada de consciência do problema pelo paciente, vem a ser abandonada


Método Clínico

Não é um método de pesquisa nem pretende descobrir as leis do comportamento, mas constitui-se de uma série de procedimentos de diagnóstico e tratamento de pessoas com problemas de comportamento e/ou emocionais.

Deste modo, o estudo desenvolve-se sobre um único indivíduo ao longo de determinadas fases:

·         Anamnese: levantamento da história individual do paciente, recorrendo a fontes externas e trazendo à memória informações perdidas. Esta fase permite elaborar algumas hipóteses de trabalho que vão condicionar a fase seguinte

·         Entrevista: colocação de questões ao paciente na tentativa de seleccionar hipóteses a partir das suas respostas verbais e não-verbais (gestos, reacções, etc.).

·         Observação: estudo dos comportamentos do paciente no seu ambiente natural de modo a confirmar a hipótese seleccionada.

·         Testes: realização de testes de personalidade (do tipo projectivo) de modo a certificar as conclusões. Note-se que estes testes podem ser igualmente utilizados no início do processo de modo a fornecer informações.

Testes devem ter algumas qualidades metrológicas:
Padronização – mesmas condições de aplicação, cotação e avaliação;
Fidelidade – os resultados dos testes devem ser estáveis para permitirem previsões/conclusões;
Validade – é importante definir claramente o que um teste mede realmente para permitir que se tirem conclusões;
Sensibilidade – um teste é tanto mais sensível quanto melhor diferenciar os sujeitos.


A partir da confirmação da hipótese, deduz-se qual o tratamento a desenvolver.

Método Experimental

A adopção do método experimental correspondeu a uma necessidade de assegurar à Psicologia o carácter de ciência objectiva e rigorosa, seguindo o modelo das ciências da natureza.

Etapas do método Experimental:

1) Formulação de hipóteses

2) Experimentação

·         Manipulação e controlo das variáveis – o investigador faz variar um determinado factor (variável independente) e verifica as alterações dessa variável no comportamento que está a estudar – variável dependente.
·         Variável independente Factor manipulado pelo experimentador e que pode ocasionar modificações na variável dependente. É manipulada pelo investigador e é o que se supõe ser a causa do comportamento que se pretende estudar.
·         Variável dependente – aspecto do conhecimento que o investigador pretende conhecer. A sua variação dependerá da variável independente.
·         Variável parasita ou externa – aspectos que o investigador não considerou na hipótese e que podem influenciar os resultados. As variáveis parasitas devem ser identificadas para se controlar o seu efeito.

Para poder controlar o efeito da variável independente na variável dependente o investigador vai formar dois grupos:

·         Grupo experimental – conjunto de indivíduos submetidos à experiência, isto é, que sofrem os efeitos da manipulação da variável independente; serve para verificar o efeito que a variável independente produz na variável dependente.
·         Grupo de controlo (ou grupo testemunha) – conjunto de indivíduos que não sofrem os efeitos da manipulação da variável independente, servindo se termo de comparação com o grupo experimental; serve para verificar se as alterações da variável dependente se devem ou não à variável independente

Podemos distinguir dois tipos específicos de experimentação:

·         Experimentação provocada – o investigador manipula a variável independente para analisar os seus efeitos na variável dependente.
·         Experimentação invocada – o investigador observa situações que acontecem na vida corrente procurando estabelecer uma relação entre variáveis. Não há manipulação da variável independente.

A Psicologia recorre a dois tipos de experiências: experiência laboratorial (ao decorrer num ambiente artificial, o comportamento das pessoas pode sofrer distorções; no laboratório, estão ausentes variáveis que existem no meio natural e que influenciam o comportamento) e experiência de campo ou em contexto ecológico (estas experiências não permitem controlar todas as variáveis nem separar os diferentes factores).

3) Registo de Observações

4) Generalização dos resultados - É o processo de estender, para o universo, as conclusões obtidas através do estudo da amostra e criar uma lei científica.
·         População – grupo de indivíduos sobre os quais se pretende desenvolver um estudo.
·         Amostra significativa – é uma parte seleccionada da população a estudar, do universo que se pretende estudar e que reflecte as características dessa população permitindo a generalização.



Limitações do método experimental:

´        Há dificuldade em controlar variáveis que afectam o que se está a investigar (variáveis externas ou parasitas);
´        Há situações que, por razões de ordem ética, impedem o recurso à experimentação: não se podem provocar danos físicos ou psicológicos para se testar uma hipótese;
´        Não são tidas em conta as características particulares de um sujeito;
´        A complexidade do comportamento humano dificulta o isolamento das variáveis independentes;
´        Há dificuldade em se controlar as expectativas dos participantes.


Em suma:
O método experimental é um método das Ciências Naturais aplicado às Ciências Sociais e Humanas, que tem quatro etapas: hipótese prévia, controlo e manipulação de variáveis, técnicas de observação e registo e generalização de resultados.
Em relação à segunda etapa temos alguns conceitos fundamentais: Variável dependente significa a variável cuja alteração vai ser estudada, como consequência da manipulação da variável independente. É aquela que flutua e que permite tirar conclusões dessa flutuação.
Variável independente é a que o investigador manipula para verificar as modificações provocadas na variável dependente.
Variável externa ou parasita são aspectos alheios à experiência, que, se não forem controlados pelo investigador, podem interferir e alterar os resultados, pondo, assim, em causa a fiabilidade da experiência. Estas variáveis devem ser, dentro do possível, neutralizadas.
O grupo experimental é aquele em que o experimentador manipula a variável independente.
O grupo testemunha (grupo de controlo) é aquele que tem as mesmas características do grupo experimental excepto no que diz respeito à manipulação da variável independente. Permite comparar resultados, para verificar quais as alterações efectivamente provocadas pela manipulação da variável.
O grupo amostra representativa é uma parte, um subgrupo da população (conjunto total de pessoas acerca das quais se pretende tirar conclusões), que consiste no grupo de elementos em relação aos quais se recolhem dados e que devem ser o mais representativos possível da população.

Método da observação

O observador tem tarefas idênticas às do experimentador – formular hipóteses, prévias controlar e generalizar resultados.
O método da observação pode ocorrer em laboratório (observação laboratorial) ou em contexto ecológico (observação naturalista), onde em ambos os casos o observador não participa na experiencia.
A observação laboratorial permite controlar melhor as variáveis, mas o ambiente é artificial, afectando por isso o comportamento dos sujeitos. Há comportamentos que não podem ser observados em laboratório – o observado tende a comportar-se de acordo com o que julga ser a expectativa do observador.
A observação naturalista valoriza a relação dos indivíduos com o meio em que estão inseridos, considerando que descolá-los desse meio equivale a uma perda de informação e uma distorção da mesma. Há dificuldade no controlo das variáveis.

A observação tem uma longa história no contexto da psicologia, sendo hoje considerada como um processo imprescindível na investigação, tendo, até, adquirido o estatuto de método da psicologia.
Fundamentalmente, a observação consiste em olhar atenta e sistematicamente e registar o que se observa. Ocorre sempre que alguém, diferente do observado, nota, dá conta e documenta o comportamento.
É costume falar da observação sistemática por oposição à observação ocasional. Esta última, típica do senso comum, não obedece a regras e é afectada pela subjectividade das pessoas, não sendo propriamente considerada científica. No entanto, ela pode levar à demonstração de factos que inspiram importantes constatações posteriores. Foi no decorrer de uma observação ocasional, que Pavlov, ao estudar a digestão, descobriu o reflexo condicionado, verificando a existência de secreções nos animais que não eram provocadas exclusivamente por processos bioquímicos. Porém, quando se investiga em psicologia, a observação utilizada é sistemática, sujeita a um projecto previamente definido e no qual se fixam a condições que delimitam com precisão os aspectos a considerar.
Destacam-se duas formas de observação em psicologia: Observação Laboratorial e Observação Naturalista. A primeira é utilizada ao nível do método experimental. A realização da experiência em condições controladas, num laboratório, leva a que a situação observada seja uma situação artificial. Esta observação implica uma sistematização prévia, em que se define o que se pretende observar, com a construção de grelhas de registo. Desta forma, o sujeito observado tem consciência dessa observação, o que pode condicionar o seu comportamento. Numa tentativa de eliminar esse condicionamento, pode-se recorrer a câmaras de filmar, espelhos de uma via, entre outros.
A Observação Naturalista é defendida pelo método clínico, fundamentando-se na necessidade de observar as condições reais de uma situação.


Método Introspectivo

A introspecção analítica ou introspecção controlada foi usada pelos estruturalistas (Wundt). Os indivíduos eram submetidos a estímulos numa situação padronizada; auto-observando-se descreviam a observadores treinados o que sentiam e assim permitiam a análise dos processos mentais conscientes. No entanto este método tem os seus defeitos.
Muitas vezes, o sujeito tem dificuldade em exprimir o que sente por palavras; diferentes pessoas descrevem de forma diferente o mesmo fenómeno psicológico. A análise dos fenómenos psicológicos são também muito dificultados pelas emoções que o individuo esta a viver.
O indivíduo que pratica a introspecção é o único que observa a sua experiência interna. A sua observação não pode ser controlada por outro observador.
No entanto, a introspecção continua a ser largamente usada, como método auxiliar, na investigação dos nossos dias.

Psicanálise


A psicanálise foi uma revolucionária concepção da psicologia, que veio chocar o mundo com os seus ideais. Elaborada e defendida por Sigmund Freud, esta suporta – se nos seguintes aspectos:
·         O comportamento não é totalmente controlado pela razão e pela vontade;
·         O inconsciente tem um papel muito influente no comportamento;
·         A existência de sexualidade desde a nascença e o modo como esta influencia fortemente, todo o desenvolvimento do ser humano.
Freud apresentava um inconsciente, composto por todos os desejos e impulsos, de carácter sexual – libido, o qual dividia – se em 3 componentes: ID, ego e superego. O ID comportava todos os desejos e impulsos retraídos no inconsciente, que tentariam sobressair; o superego correspondia a todas as normas e valores interiorizados na socialização; e o ego, seria o mediador de ambos, que regularia os impulsos provenientes das outras 2 componentes do psiquismo.
Freud usaria como método de análise o método psicanalítico, em que o psicólogo tentaria interpretar e tornar conscientes, as informações que residem no profundo consciente e que, o faria através de 4 processos: associações livres, interpretação de sonhos, análises dos actos falhados e processo de transferência.

Programa Head start nas populações nativas indígenas americanas e do Alasca.

O sucesso escolar, evidenciado pelos anos de escolaridade e pelos resultados nas avaliações escolares é uma área onde as disparidades emergem cedo nas populações dos Estados Unidos da América.
         É entre as populações nativas indígenas americanas e do Alasca que se observa grandes disparidades no que respeita aos cuidados de saúde e aos indicadores sócio-económicos. Para as crianças destas civilizações as elevadas taxas de pobreza, violência, mortes precoces e cuidados de saúde inadequados representam grandes obstáculos para o seu desenvolvimento.
         Como um dos principais esforços para ultrapassar as lacunas iniciais do desenvolvimento das crianças, o programa Head start procura reunir as necessidades educacionais, sociais, económicas e de saúde, de crianças do pré-escolar com baixo rendimento, através da educação e desenvolvimento na primeira infância, serviços médicos, odontológicos e de saúde mental, e através do envolvimento parental no desenvolvimento delas.
         Resultados dos estudos do impacto do programa Head start, das experiências da família e da criança e da avaliação nacional dos primeiros Head start, têm mostrado que a intervenção precoce nas crianças faz toda a diferença nas suas vidas, tanto a curto como a longo prazo.

Desenvolvimento Pessoal Freud

Freud acreditava que a personalidade é moldada pelas primeiras experiências, quando as crianças passam por um conjunto sequencial de fases psicossexuais. O termo psicossexual deriva da ideia de que a libido, que é claramente uma energia sexual, é localizada em regiões corporais diferentes, conforme o desenvolvimento psicológico progride.
      Segundo este autor, a sexualidade cria vínculos, mas não está só relacionada com o acto sexual, mas sim com tudo o que cause prazer (como comer quando se tem fome; beber quando se tem sede, etc.).
      Três áreas corporais, que Freud chamou de zonas erógenas - boca, ânus e genitais -, respondem intensamente à estimulação de prazer. Em cada fase de desenvolvimento, uma zona é especificamente influente. As pessoas derivam o prazer predominantemente daquela zona e buscam objectos ou actividades correspondentes. Ao mesmo tempo, surgem conflitos. Se as crianças são mimadas ou carentes e frustradas indevidamente em qualquer estádio, então podem resolver conflitos. Consequentemente, o seu desenvolvimento é detido e a libido é fixada naquele estádio.
      A fixação refere-se a deixar parte da libido permanentemente investida num nível de desenvolvimento específico. Quando a fixação ocorre, o comportamento posterior é caracterizado por modos de obter satisfação ou reduzir a tensão, ou por outros traços ou atitudes típicos do estádio em que a fixação ocorreu. Freud acreditava que alguma libido fosse fixada inevitavelmente em cada fase. Com as pequenas fixações usuais, as migrações para comportamentos posteriores são menores. Com o excesso de frustração ou indulgência, fixações bastante substanciais podem ocorrer e a personalidade pode ser dominada por padrões das primeiras fases.
     De acordo com Freud, as crianças passam por quatro fases psicossexuais - oral, anal, fálica e genital - além de um período de latência. Estas encontram-se explicadas no quadro que se segue:

1.      Estádio anal: Este estádio inicia-se desde o nascimento até aos 12/18 meses de idade. Neste altura a zona erógena, nos primeiros meses é constituída pelos lábios e cavidade bocal. A alimentação éuma grande fonte de prazer.
2.      Estádio anal: Inicia-se dos 12/18 meses ate aos 2/3 anos. O desenvolvimento psicomotor vai permitir a criança reter ou expulsar as fezes e a urina. A estimulação da região anal e da mucosa intestinal da prazer á criança.
3.      Estádio fálico: Inicia-se dos 3 anos ate aos 5/6 anos. A zona erógena é o orgao sexual. É o orgao sexual a fonte de prazer sendo comum a sua manipulação.
4.      Estádio de latência: Inicia-se dos 5/6 anos até à puberdade. Caracteriza-se por uma diminuição da actividade sexual, que pode ser total ou parcial. Desenvolve competências e aprendizagens diversas, tanto a nível escolar como, social, cultural, …
5.      Estadio genital: Depois da puberdade. Reactiva a sexualidade que esteve adormecida no período de latência.

      Para o autor, a grande diferença entre a sexualidade infantil e a adulta é a intencionalidade.
            A compreensão das diversas fases, tem um papel essencial na forma como, na nossa vida profissional, iremos lidar com as crianças, na forma como estas se relacionarão entre si durante as aulas, a razão pela qual abordam – se umas às outras, aos educadores e à própria escola e treino em si.

Desenvolvimento Pessoal Erikson

Influenciado pelo pensamento de Freud, Erikson vai no entanto afastar-se das teorias freudianas ao ter em atenção que a sociedade e a cultura vão colocar novos desafios à medida que as pessoas se desenvolvem. Defende que as mudanças no desenvolvimento ocorrem ao longo de todo o ciclo da vida, sendo importante procurar saber quais as estratégias, as respostas e os recursos que vão sendo mobilizados quando novos e diferentes problemas se vão colocando às pessoas.
Este autor preconiza 8 fases ou estádios de desenvolvimento, que vão do nascimento à morte. Cada estádio se caracteriza pela resolução duma crise ou conflito, que ocorre entre duas vertentes antagónicas. Para cada fase ser resolvida com sucesso e permitir a passagem com sucesso à fase seguinte, a crise deve ser resolvida prevalecendo a vertente positiva. Por outro lado em cada novo estádio vai existir uma nova confrontação crítica entre o eu que o indivíduo atingiu até aí e as várias exigências colocadas pelo contexto social e pessoal.    
desenvolvimento psicossocial inclui as mudanças nas interacções e compreensão dos outros, bem como o conhecimento e compreensão de nós próprios como membros da sociedade.
Erikson atribui importância às tarefas desenvolvimentistas da idade adulta (depois dos 18 anos), com especial incidência nas dimensões que respeitam à família, ao mundo do trabalho e à participação na comunidade.
Toda esta divisão e caracterização de estados, permite – nos a nível profissional, compreender a abordagem dos atletas, a forma como estes respondem ao treino ou aos agentes que com eles interagem e, tentar da melhor forma, lidar com tais episódios e potencializar ao máximo as virtudes de tais estados.
  
Estádio

Idade
Resultados positivos
Resultados negativos

Confiança Vs. Desconfiança

0 – 18 meses
Sentimentos de confiança no apoio da mãe e do meio em geral.
Medo e preocupação relativamente aos outros; desconfiança.

Autonomia Vs. Vergonha e dúvida

18meses – 3 anos
Auto-suficiência se a exploração do meio for encorajada
Dúvidas sobre si, pouca autonomia perante as tarefas próprias da idade.

Iniciativa Vs. Culpa

3 – 6 anos
Descoberta de novas acções e de meios para as iniciar.
Culpabilidade por acções e pensamentos.

Competência Vs. Inferioridade

6 – 12 anos
O sentido de competência é desenvolvido.
Sentimentos de incapacidade e de inferioridade.

Identidade Vs. Confusão de papeis

Adolescência
(12 – 18 anos)
Consciência da unidade do eu, conhecimento do papel a seguir
Incapacidade de identificar os papeis de vida


Intimidade Vs. Isolamento

Jovem adulto
(18 – 30 anos)
Desenvolvimento de relações amorosas e sexuais e de amizades próximas
Medo das relações com outros


Produtividade Vs. Estagnação

Adulto
(30 - 65 anos)
Sentimento de contributo para a continuidade da vida (na família e sociedade)
Centração nas actividades próprias

Integridade Vs. Desespero

Velho
(depois 65 anos)
Sentido da coerência da sua própria vida, orgulho pelas suas realizações
Arrependimento pelas oportunidades de vida perdidas.

Na teoria de Erikson em cada a resolução da crise que caracteriza cada estádio permite o desenvolvimento duma virtude. As virtudes são a esperança, a vontade, o propósito, a competência, a fidelidade, o amor, o cuidado e a sabedoria.

Desenvolvimento na adolescência

Desenvolvimento físico na adolescência:
Adolescência significa crescer ou desenvolver-se até à maturidade. Durante muitos séculos, o termo adolescência foi definido quase que exclusivamente em função dos aspectos biológicos. Adolescência e puberdade eram usadas como palavras sinónimas.
Actualmente, entretanto, a adolescência deixou de ser um conceito puramente biológico e passou a ter, sobretudo, uma conotação psicossocial. É baseado neste conceito que Munuss (1971) define adolescência em termos sociológicos, psicológicos e cronológicos.
·         Cronologicamente – Nas culturas ocidentais é o período da vida humana que vai dos 12 ou 13 anos até mais ou menos aos 22 ou 24 anos de idade, admitindo-se consideráveis variações de ordem individual e, sobretudo, de ordem cultural.
·         Sociologicamente – Período de transição em que o individuo passa de um estado de dependência do seu mundo maior para uma condição de autonomia e, sobretudo, em que o individuo começa a assumir determinadas funções e responsabilidades características do mundo adulto.
·         Psicologicamente – Período crítico de definição da identidade do “eu”, cujas repercussões podem ser de graves consequências para o indivíduo e a sociedade.
A adolescência é, também, um período de mudanças significativas na vida humana. Hurlock refere quatro mudanças de profunda repercussão nessa fase:
1)      Elevação do tónus emocional
2)      Amadurecimento sexual
3)      Mudanças no seu corpo, interesses e funções sociais
4)      Alteração do sistema de valores

Mudanças fisiológicas:
São muitas e profundas as mudanças fisiológicas e estruturais que ocorrem no corpo das raparigas e rapazes adolescentes.
É na fase da puberdade que:
·         Ocorre um conjunto de transformações no sistema reprodutor (aparecimento da primeira menstruação nas raparigas e possibilidade da libertação de esperma – ejaculação – nos rapazes)
·         Desenvolvem-se os caracteres sexuais secundários (traços físicos que distinguem os homens das mulheres, que não estão directamente envolvidos na reprodução)
Problemas específicos das raparigas nesta idade:
·         Reacção á menarca
·         Desenvolvimento dos seios
Problemas específicos dos rapazes nesta idade:
·         Maturação tardia
·         Tamanho do pénis

Implicações:
É comum verificar-se diferenças de personalidade entre adolescentes com maturação precoce e maturação tardia, os rapazes com maturação precoce revelam-se mais autoconfiantes do que os com maturação tardia.
As diferenças de personalidade entre adolescentes com maturação precoce e maturação tardia devem-se em grande parte à forma como são tratados. Por exemplo se os pais e professores olharem para a maturação precoce/tardia como uma característica negativa, os adolescentes com maturação precoce/tardia podem ser afectados negativamente.
Nesta fase da adolescência é importante acompanhar correctamente tanto os rapazes como as raparigas para que a sua confiança não seja afectada negativamente. Os pais e educadores tem um papel fundamental durante esta fase.
Nota:
No âmbito da nossa prática profissional estes conteúdos revelam-se de grande importância para sabermos como agir em situações que envolvam adolescentes. Ajuda-nos a compreender as suas frustrações e limitações e a lidar com elas da melhor forma no âmbito de uma aula.